PROFISSIONALISMO

Seja qual for o seu trabalho, faça-o bem feito. Um homem deveria fazer

tão bem seu trabalho que vivos mortos e os ainda não nascidos não

 poderiam fazê-lo melhor. Martin Luther King

Qual é o propósito é a pergunta a ser respondida. Os negócios são uma prática que vai além de uma atividade social com vários participantes; eles têm objetivos, regras, e um propósito. Mas os propósitos e as metas de uma prática, embora vinculados não são a mesma coisa. Ao jogar futebol nosso objetivo imediato é fazer a bola cruzar a linha do gol adversário, já o propósito do jogo pode ser desfrutar um tempo com os amigos, exercitar-se ou somar pontos para um campeonato. As metas fazem parte da prática, o propósito é a razão para envolver-se nela. A propósito, goal, de onde vem o nosso gol, em inglês significa meta, objetivo.

Quanto mais claros forem os propósitos e quanto mais convencidos os profissionais estiverem de que eles são importantes, maior o envolvimento na tarefa. Se o resultado final fizer sentido, trouxer consigo justificativas que vão além do lucro, se o funcionário identificar nele valores e aspirações suas, teremos a tão desejada motivação. E já que estamos nisso, a motivação não pode ser um aditivo de efeito reduzido, mas a soma de todas as causas que levam alguém a dedicar-se com empenho utilizando toda a sua energia e conhecimento.

Segurança e rotina já não existem mais. O percurso profissional não é mais trilhado em linha reta, agora ele transcorre transversalmente por becos, vielas e desvios não sinalizados. Quanto às habilidades, exigem-se dos profissionais que sejam híbridos de Batman com Mulher Maravilha, com pitadas  de Galinha Pintadinha e Surfista Prateado.

Se eles não perceberem ganhos pessoais que vão além do dinheiro não vai rolar. Trabalha-se por dinheiro, mas não exclusivamente. Quem trabalha na empresa é o ser inteiro que ama, que é pai, mãe, cidadão; que convive com grupos diferentes, tem sonhos e expectativas pessoais e que tem uma vida antes e depois do trabalho que não pode significar só preparar-se para mais trabalho. Eles já perceberam que a “mentalidade tubarão” tão cultuada é uma roubada: tudo bem que o tubarão é um predador temido, está no topo da cadeia alimentar, com uma adaptação de milhões de anos, mas conseguiu isso ao preço de nunca poder parar senão afunda e come lixo pra caramba.

Metas e propósitos devem ser claros e a conduta da empresa tem que coadunar-se com sua missão sob pena de cair no descrédito externo e, o que é pior, interno também. Uma empresa é um organismo vivo, interconectado ao meio, influencia e é influenciada e, se almeja ser globalizada pode sê-lo sem ser mundial, basta olhar de forma global a si mesma, às pessoas que com ela trabalham e o mundo ao seu redor.

Ambientes de trabalho descontraídos, que incentivam a singularidade, que respeitam as diferenças individuais, onde as pessoas sentem-se seguras, costumas ser mais produtivos. Quanto maiores as metas, mais significativos devem ser os propósitos. E se elas puderem ser atingidas em conjunto, melhor ainda.

Quanto aos profissionais, é bom ter em mente que aumentos e promoções normalmente estão correlacionados aos resultados apresentados; que atualização e aperfeiçoamento devem ser iniciativas pessoais; que construir uma carreira é um processo que leva tempo e não é trocando de emprego a toda hora que se consegue isso; que a escola por melhor que seja não irá prepara-los suficientemente e é melhor não idealizar o mundo do trabalho que é, sim, extremamente competitivo; que embora não se espere diversão o tempo todo trabalhar não pode ser uma tragédia; que o trabalho contribui, mas não é a fonte principal dos seus problemas; e que se nunca conseguem comprometer-se e nunca encontram um motivo para sorrir ou um senso de orgulho pelo que produzem estão na função errada, ou na empresa errada, ou abordam a vida como um todo de maneira errada.