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ORAÇÃO

ORAÇÃO

A palavra oração deveria ser compreendida como incluindo qualquer forma de comunhão

ou tentativa de comunhão com Deus, seja ela vocal ou puramente mental, inclui a meditação

e a mais elevada de todas as formas de oração, que é a contemplação. – Emmet Fox

 

Você já ligou para um amigo na hora de dormir, conversou com ele por alguns momentos e depois caiu no sono deixando-o sem entender nada? Pois é isso que fazemos quando deixamos a oração como última atividade do dia, como se postergássemos uma atividade desagradável da qual nos desincumbimos de má vontade, por obrigação.

 Para muita gente, a oração é enfadonha. Qualquer desculpa para preteri-la é bem vinda, quando ela acaba espalha-se aquela sensação de alivio, de dever cumprido. O fato de as orações serem a todo o momento estabelecidas como penitências já diz tudo. Provavelmente isso tenha a ver com o fato de que orar, geralmente, significa a repetição de fórmulas aprendidas na infância, um amontoado de vocábulos que não entendemos bem e nunca nos demos ao trabalho de procurar entender.

Separamos a oração da vida, como se ela fosse somente mais um departamento, como nossa vida social, profissional, recreativa. Não percebemos que oramos o tempo todo através das nossas ações. Pode acontecer que nossas melhores ações cristãs aconteçam fora daquela parte da nossa vida que consideramos religiosa.

Em nossa mentalidade utilitarista, de causa e efeito, oração bem sucedida seria aquela que resultou na realização da coisa pedida. Deixamos de perceber várias coisas pensando assim: muitas vezes nossas súplicas não são atendidas porque pedimos o que não é bom para nós ou para os outros, ou pedimos algo para o que ainda não estamos prontos, ou, ainda, não nos damos conta de que Deus não fará por nós aquilo que está ao nosso alcance fazer, que o milagre se dará através de nós. Ao rezarmos “seja feita a tua vontade” é bom entender que ela será feita com a nossa participação. E, o mais importante, não concebemos que a oração precisa ser mais do que informar a Deus sobre nossas agruras, ele já as sabe se admitirmos que é onisciente; e mais do que um rol de pedidos, como se estivéssemos falando com um fornecedor.

E rezar pelos outros, pode? Claro que pode! Os pedidos em benefício dos outros fluem melhor e nos sentimos caridosos ao fazê-lo. Mas, muitas vezes, rezamos porque não nos dispomos a ajuda-los pessoalmente, é muito mais fácil orar por um sujeito chato do que visita-lo e, se a sua situação melhorar, não precisei envolver-me diretamente.

Em nossa pressa e obsessão por determinada graça ficamos tão ansiosos que não percebemos que somos abençoados todos os dias, que recebemos muito mais do que pedimos, que pequenos milagres, sob as mais variadas formas, acontecem toda hora. Mas, se o pedido especifico não é atendido, lá vamos nós a duvidar, reclamar, deduzir que não fomos ouvidos. Não é por acaso que somos instruídos a agradecer. Deve-se expressar gratidão não porque Deus é um egocêntrico que precisa ter seu ego massageado o tempo todo. É que ao agradecer damo-nos conta das coisas boas que acontecem em nossa vida, de como somos cuidados com desvelo, de como nossas necessidades são supridas todos os dias. Verdade, o cuidado é diário: por isso rezamos “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Por que não fomos ensinados a pedir logo para o mês todo? Por que é o contato diário com Deus que nos fortalece, é a relação de confiança que se estabelece, se ele nos cuida hoje por que não cuidará amanhã? O maná que alimentava o povo de Deus no deserto não podia ser armazenado, tinha que ser consumido no dia.

E só existe uma possibilidade de pecar, que é o afastamento de Deus. Estando próximo dele, que é bom, não há como não ser bom. Aliás, nossa característica divina fica estabelecida quando rezamos “pai nosso...”. Aí já fica estabelecido que Deus é nosso pai e como tal só pode querer o melhor para nós. Fica claro também que, em sendo filhos Dele, temos uma centelha divina em nós, centelha que é alimentada toda vez que, através da oração, entramos em contato com Ele.

Com relação aos ritos, Jesus foi claro, melhor não ater-se muito a eles. Melhor rezar sentado com devoção e concentração do que ajoelhado, sonolento, ou observando e julgando os irmãos de fé.

Para os deslizes, o perdão. Só Deus em sua infinita benevolência para perdoar infinitas vezes as mesmas faltas. Porque para nós é difícil perdoar uma ofensa que retorna vez após vez à nossa memória. Sugestão: procurar em nós alguma atitude pessoal que seja suscetível da mesma acusação da qual nos ressentimos.

Para quem acha difícil vamos simplificar. Rezar não precisa obedecer a um sequencia de passos ou determinadas fórmulas; é necessário certo grau de verdadeira paz de espírito a que muitos chamam serenidade;  é importante a convicção do merecimento, já que somos filhos nos dirigindo ao nosso pai; é  imprescindível a submissão à vontade de Deus, cujo tempo é diferente do nosso e que conhece nossas necessidades melhor que nós; é indispensável acreditar que tudo que nos acontece, para o bem ou para o mal, é fruto do nosso merecimento e objetiva nosso aperfeiçoamento. Pureza de coração, generosidade, paciência. Aprende-se a caminhar antes de correr. Se não aprendemos a reconhecer Deus nas pequenas coisas, será difícil adorá-lo nas ocasiões mais ilustres. E, se eventualmente duvidamos, não nos angustiemos pela falta momentânea de fé. Jesus na cruz perguntou agoniado “Por que me abandonastes?”. A vida cristã não exige perfeição, ou quem poderia vive-la? O que se espera é um esforço honesto e genuíno na sua busca. 


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